De grão em grão https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro Sun, 05 Dec 2021 09:31:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com taxas prefixadas e inflação mais elevadas, entenda qual renda fixa é melhor https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/11/07/com-taxas-prefixadas-e-inflacao-mais-elevadas-entenda-qual-renda-fixa-e-melhor/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/11/07/com-taxas-prefixadas-e-inflacao-mais-elevadas-entenda-qual-renda-fixa-e-melhor/#respond Sun, 07 Nov 2021 05:30:53 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/sem-cabeca-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2809 A alta da inflação acima do esperado e o ruído político promoveram uma forte elevação da curva de juros. Com isso, as taxas de juros de títulos de renda fixa prefixados parecem bem interessantes quando comparadas com as taxas disponíveis no início de 2021. No entanto, a inflação ainda preocupa e investidores se questionam se vale a pena correr o risco das taxas prefixadas, ou é melhor a segurança dos títulos referenciados ao IPCA. Explico abaixo o que precisa avaliar para decidir.

A curva de juros  futura, negociada na B3 e que é utilizada para precificação dos títulos de renda fixa já sugere que a Selic pode superar 13% ao ano em meados 2022.

A tabela abaixo apresenta na segunda coluna a estimativa do mercado para as variações da Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) e, na última coluna a expectativa da taxa DI após a elevação dos juros. Para entender os números na tabela, 100 pontos base de variação da Selic equivalem a uma alta de 1%.

A tabela acima apresenta as datas das próximas reuniões do COPOM, as estimativas do mercado para as altas em cada reunião e a taxa DI resultante após a reunião. Fonte e elaboração: Bloomberg.

Perceba que as taxas negociadas no mercado já consideram que a taxa Selic pode alcançar 13,5% ao ano em junho de 2022.

Desde o final de 2017, brasileiros não têm disponível taxas de retorno acima de 10% ao ano em títulos de renda fixa. Este retorno parece tentador, mas para decidir entre o indexador prefixado ou referenciado ao IPCA, é preciso fazer uma difícil aposta. Antes de explicar qual é a aposta, apresento alguns detalhes que você também deve considerar.

O primeiro ponto a entender é que quando for comparar títulos de renda fixa de remuneração diferente, deve considerar o mesmo emissor. Obviamente, um título público que rende a Selic vai render menos que um título pós-fixado emitido por um banco médio.

Por exemplo, o título Tesouro Selic, devido à taxa de custódia cobrada pela CBLC de 0,25%, deve render próximo de 90% do CDI. Já um CDB de banco médio, pode render mais de 130% do CDI. Essa diferença de rentabilidade ocorre pelo risco de crédito do banco. Quem investe menos de R$250 mil por emissor, conta com a garantia do FGC. Portanto, para estes casos, o risco é mitigado e o CDB de banco médio é imbatível em relação ao Tesouro Selic.

O mesmo raciocínio se aplica quando compara um CDB de banco médio prefixado ou referenciado ao IPCA e o título do Tesouro de mesma remuneração. Para o mesmo prazo, o CDB provavelmente terá maior rentabilidade

Entretanto, meu objetivo é explicar como você pode decidir entre a remuneração prefixada e IPCA. Portanto, usarei os títulos públicos do Tesouro Nacional para a comparação, considerando, assim, o mesmo risco de crédito.

A decisão entre os títulos não deve considerar apenas o retorno que é apresentado hoje, mas o que deve ocorrer com os movimentos do COPOM e da inflação, nos próximos anos. Entenda, que um título prefixado pode parecer mais vantajoso hoje, mas pode perder para a Selic, dependendo das alterações de taxa de juros que o COPOM deve praticar até o vencimento do título.

Vamos nos restringir, no entanto, à decisão apenas às duas remunerações: IPCA e prefixada. O processo de escolha é simples, mas, como mencionei, vai exigir que você faça uma aposta em relação ao que há implícito nas curvas de juros em cada momento até o vencimento do título. O site da Anbima te ajuda neste cálculo.

A Anbima atualiza, diariamente, a tabela abaixo, disponível no link. Nesta tabela encontrará a taxa equivalente para o Tesouro IPCA e Tesouro prefixado para cada prazo.

Estrutura a termo de taxas de juros (ETTJ) calculada pela Anbima. Taxas equivalentes aos títulos públicos referenciados a IPCA e prefixado para os vários anos de vencimento. Fonte: Anbima

Na última coluna desta tabela, há a taxa de inflação implícita no título prefixado que faz ele ser equivalente ao referenciado ao IPCA, de mesmo vencimento. A deliberação entre IPCA ou prefixado reside em como sua perspectiva diverge desta inflação implícita.

Vamos usar os títulos com vencimento em cinco anos (2026) para ilustrar. Se você acredita que a inflação de hoje até cinco anos a frente será superior 6,33% ao ano, você deve preferir o título referenciado à inflação. Mas, se você acha que a inflação, nos próximos cinco anos, será inferior a 6,33% ao ano, deve preferir o título prefixado.

A rentabilidade do título prefixado é a composição da taxa do Tesouro IPCA e da inflação implícita. Por exemplo, com o título do quinto ano: 11,97% = (1 + 0,0530) * (1 + 0,0633) – 1.

Logo, se acredita que a inflação nos próximos cinco anos será de 4% ao ano, se comprar o título referenciado à inflação, vai ganhar 9,51% = (1 + 0,0530) * (1 + 0,04) – 1. Portanto, menos que a remuneração do título prefixado para o mesmo período que hoje é de 11,97% ao ano.

De outra forma, caso suspeite que a inflação nos próximo cinco anos, será de apenas 7% ao ano, melhor comprar o título referenciado ao IPCA. Isso ocorre, pois o título referenciado ao IPCA vai render 12,67% = (1 + 0,0530) * (1 + 0,07) – 1. Logo, mais que o título prefixado.

Como vimos, o processo de escolha é simples, mas para se chegar à decisão correta, você precisa ter uma boa previsão sobre a inflação nos próximos anos. Na dúvida, prefira a segurança dos títulos referenciados ao IPCA, se for investir com prazo superior a três anos de vencimento.

 

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Economistas começam a revisar suas projeções para 2022, mas o mercado sai na frente https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/10/24/economistas-comecam-a-revisar-suas-projecoes-para-2022-mas-o-mercado-sai-na-frente/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/10/24/economistas-comecam-a-revisar-suas-projecoes-para-2022-mas-o-mercado-sai-na-frente/#respond Sun, 24 Oct 2021 05:30:40 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Mark-Abramson-The-New-York-Times-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2787 As novas sinalizações sobre a política fiscal do governo levaram economistas a iniciar revisões de suas projeções de crescimento econômico, inflação, juros e câmbio para o próximo ano. No entanto, o mercado, nesta semana, já ajustou os preços dos ativos para um cenário bem pior.

Semanalmente, o Banco Central (BC) agrega e divulga a expectativa média dos economistas com relação às principais variáveis econômicas. O relatório divulgado na última segunda-feira já representa um passado distante. Veja abaixo a média dessas expectativas.

Expectativa média dos economistas para 2022 sobre as principais variáveis econômicas. Fonte: Relatório Focus do Banco Central do Brasil.

Em relatório divulgado neste sábado pela corretora XP Investimentos, o economista Caio Megale revisou suas projeções sobre as mesmas variáveis. Veja abaixo que os números se distanciam do que foi a pesquisa do BC.

Revisão das projeções de Caio Megale sobre as principais variáveis econômicas para 2022. Fonte: Relatório da XP Investimentos.

De fato, a revisão de Megale não foi a única. Na sexta-feira, o Credit Suisse também revisou seus números e agora espera que o crescimento econômico no próximo ano seja de apenas 0,6%, que a inflação suba para 5,5% e que a Selic atinja 10,5% ao ano em 2022.

Mais revisões devem ocorrer nas próximas semanas e, provavelmente, o relatório Focus do BC não vai capturar todas as revisões tão logo. No entanto, os investidores já ajustaram nos preços dos ativos o novo cenário pior.

 

Quanto o mercado já precifica para Selic em 2022?

Com a alta na curva de juros que ocorreu esta semana, o mercado já precifica que a Selic alcançaria antes do fim de 2022 o patamar de 12% ao ano.

O quadro abaixo apresenta o que o mercado de juros futuro já tem implícito para aumentos da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (COPOM). A primeira coluna são as datas das próximas reuniões do COPOM, a segunda coluna são os aumentos previstos e a terceira coluna qual o valor resultante para a taxa DI.

Expectativas de altas da taxa Selic pelo COPOM implícitas na curva de juros futuro. Fonte e elaboração: Bloomberg.

Portanto, o mercado já precifica que o COPOM deve elevar os juros mais do que os economistas esperam.

 

Qual a expectativa do mercado para o IPCA em 2022?

Considerando, as taxas negociadas para os títulos de renda fixa prefixados e as taxas reais dos títulos referenciados ao IPCA, é possível descobrir a inflação implícita pelo mercado.

Esta inflação implícita já está acima de 6% ao ano para os próximos anos. Logo, acima da projeção revisada pelas corretoras mencionadas.

 

O que o mercado já colocou no preço das ações para 2022?

O cenário de taxas de juros mais altas e de crescimento econômico menor se reflete nas empresas em menor crescimento de lucros.

O gráfico abaixo apresenta a evolução nos últimos 10 anos do índice de ações Ibovespa (linha branca) e da expectativa para o ano seguinte para o lucro médio ponderado das empresas que o formam (linha verde). Perceba que ambos andam em sincronia no longo prazo.

Evolução nos últimos 10 anos do índice de ações Ibovespa (linha branca) e da expectativa para o ano seguinte para o lucro médio ponderado das empresas que o formam (linha verde). Fonte e elaboração: Bloomberg.

O mercado espera que em 2021 o lucro médio ponderado do Ibovespa (EPS – Earnings Per Share, ou lucro por ação) seja equivalente a R$ 14,39 mil. Para 2022, esperava-se que este EPS fosse de R$13,3 mil. Logo, os analistas já tinham em suas projeções uma queda 7,5% para 2022 nos lucros.

No entanto, a queda dos preços das ações desta semana sugere que a expectativa para o lucro médio das empresas apresente queda adicional de 15% para 2022. Ou seja, que a queda dos lucros em 2022 superaria os 20%.

Uma queda de lucros de mais de 20% considera um crescimento econômico para o país pior que o esperado pelas corretoras mencionadas.

 

E o câmbio para 2022?

Já o câmbio tem seguido de perto a trajetória do risco país. O gráfico abaixo apresenta a evolução do risco país medido pelo Credit Default Swap (CDS) (linha laranja) e do câmbio R$/ USD$ (linha branca).

Evolução do risco país medido pelo Credit Default Swap (CDS) (linha laranja) e do câmbio R$/ USD$ (linha branca). Fonte e elaboração: Bloomberg.

Considerando o atual patamar do risco país e como o câmbio era negociado em momentos anteriores que o risco país atingiu este mesmo nível, é possível esperar mais desvalorizações para nossa moeda no futuro.

 

Como agir no portfólio?

Avaliando as expectativas dos economistas e do mercado, é possível tirar algumas conclusões.

Cuidado ao decidir sobre sua carteira considerando apenas as mudanças que estão sendo realizadas pelos economistas e analistas. Muitas destas mudanças já estão refletidas nos preços de mercado.

Assim, para tomar suas decisões, reflita sobre o que pode ocorrer aos preços em relação ao que o mercado já considera, como mencionado acima.

Também é muito importante atentar para seu perfil de investidor e considerar horizontes de investimentos mais longos quando se deseja se expor a risco em momentos de mercado mais volátil como o atual.

 

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Onde investir para se proteger da inflação? https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/09/05/onde-investir-para-se-proteger-da-inflacao/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/09/05/onde-investir-para-se-proteger-da-inflacao/#respond Sun, 05 Sep 2021 05:30:49 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/planejamento-é-o-caminho-para-a-independencia-financeira-Unsplash-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2733 A divulgação do IPCA 15, na semana passada, de 0,89% em agosto elevou o receio com relação ao fantasma da inflação. Esta medida é uma prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se confirmado, o IPCA deve acumular em doze meses encerrados em agosto o patamar de 9,7%.

Parece natural a decisão de ter parte do portfólio protegido pela inflação. No entanto, o retorno dos ativos neste ano confunde os investidores sobre qual deles pode ser utilizado como proteção.

A tabela abaixo apresenta a rentabilidade em 2021 até a última sexta-feira (3/setembro) dos 10 principais investimentos brasileiros e do IPCA no ano acumulado até julho.

Rentabilidade em 2021 até a última sexta-feira (3/setembro) dos 10 principais investimentos brasileiros e do IPCA no ano acumulado até julho. Fonte: Economatica

Perceba que nenhum ativo neste ano obteve rentabilidade suficiente para alcançar metade do retorno da inflação.

De fato, 60% deles apresentam variação negativa. Até mesmo ativos referenciados ao IPCA como os populares Tesouro IPCA apresentam retorno abaixo.

O pior de todos eles inclusive são os títulos públicos do Tesouro com vencimento superior a cinco anos. O título Tesouro IPCA+ 2045, por exemplo, perde mais de 21% no ano.

Qual o melhor investimento para evitar esta perda de poder de compra?

Antes de apontar quais investimentos podem ser considerados para proteção da inflação, é importante ressaltar que a expectativa não é que a variação do IPCA permaneça elevada como no último ano.

Segundo o boletim semanal Focus do Banco Central desta última segunda-feira, economistas do mercado esperam que o IPCA em 2022 caia para menos de 4%.

Explico abaixo quatro instrumentos que podem ser considerados para proteção contra inflação. No entanto, esta proteção deve ser avaliada em um horizonte de médio prazo, ou seja, de mais de dois anos.

No curto prazo, como observamos na tabela acima, a volatilidade da marcação a mercado pode prejudicar o reflexo da proteção.

 

Títulos públicos

Não é qualquer título público que deve ser comprado neste momento e não basta que ele seja referenciados ao IPCA.

Neste momento de instabilidade política, é arriscado investir nos títulos de vencimento longo. A variação destes vai ser muito mais influenciada pelos movimentos de taxa de juros causados pelo ruído político e fiscal.

Prefira os títulos com vencimento de curto a médio prazo. Estes títulos devem sofrer muito pouco com eventuais aumentos de taxa de juros, favorecendo o ganho de curto prazo da inflação.

 

Títulos privados

Para os títulos privados, você deve seguir a mesma estratégia dos títulos públicos. No entanto, estes possuem uma vantagem adicional.

Os títulos privados possuem um prêmio em relação aos títulos públicos. Esse prêmio pode elevar em 30% o juro real, ou seja, os juros acima da inflação que ganha quando comparado aos títulos públicos.

Por exemplo, o Tesouro IPCA 2026 tem taxa de IPCA + 4,5% ao ano. No entanto, deve subtrair desta remuneração a taxa de custódia da CBLC. Assim, o retorno que deve receber, ainda bruto de IR, será de IPCA + 4,25% ao ano. Existem CDBs de mesmo prazo com retorno de IPCA + 5,6% ao ano. Logo, uma taxa de rendimento acima da inflação 31% maior.

Uma vantagem extraordinária dos CDBs em cima dos títulos públicos é o fato de eles não serem marcados a mercado. Assim, o investidor percebe mais facilmente o efeito de proteção para a inflação.

 

Fundos de investimentos

Os fundos referenciados ao IPCA cujo prazo médio dos títulos seja até 6 anos também podem ser utilizados.

Procure os fundos que possuem como índice de referência (ou benchmark) o IMA-B5. A carteira deste índice é composta pelos títulos públicos referenciados ao IPCA com vencimento até 5 anos.

Cuidado para não se confundir com o IMA-B 5+. Este é formado pelos títulos de longo prazo.

O prazo médio dos títulos no IMA-B 5 é de dois anos e meio. Esta é a vantagem dos fundos que perseguem este benchmark. Você investe em uma carteira de títulos e não em um título fixo.

Se investir em fundos de crédito privado, pode ter a mesma vantagem em rentabilidade para estes títulos citados acima. Também, para alguns fundos pode ter a isenção de IR.

Os títulos e fundos referenciados ao IMA-B5 sempre ganharam do IPCA no longo prazo. Veja pelo gráfico abaixo que nos últimos 18 anos o IMA-B5 rendeu mais de 4 vezes a variação do IPCA. Um investimento de R$ 10.000,00 no IMA-B5 em 2003, se valorizou para R$90.111,3 atualmente. O mesmo investimento em um ativo que se valoriza apenas o IPCA atingiria R$ 26.430,3 no mesmo período. Como comparação, neste período o CDI apesar de ganhar do IPCA, rendeu 36% menos que o IMA-B5.

A dificuldade para avaliar o benefício ocorre apenas quando se avalia em intervalos curtos, como neste ano.

Evolução de um investimento de R$100 no IMA-B5 e no IPCA nos últimos 18 anos. Fonte e elaboração: Bloomberg.

Fundos imobiliários

Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) também podem ser uma boa alternativa para proteção da inflação. Os aluguéis são corrigidos pela inflação. Portanto, os dividendos dos FIIs devem subir com o tempo.

Eles guardam uma vantagem em relação aos imóveis diretamente, pela diversificação, liquidez, isenção de IR e maior remuneração.

Os FIIs que investem em CRIs são uma alternativa interessante para os que desejam correr menos risco.

 

A paciência para esperar passar o período de maior turbulência será recompensada com maior remuneração no futuro.

Lembre-se de manter parte dos recursos em liquidez. Esta é uma boa estratégia para capturar oportunidades com uma eventual alta de taxas de juros mais forte que o esperado.

 

Michael Viriato é sócio e fundador da Casa do Investidor.

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Com a inflação em alta, veja duas aplicações que você deve evitar em seu portfólio https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/com-a-inflacao-em-alta-veja-duas-aplicacoes-que-voce-deve-evitar-em-seu-portfolio/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/com-a-inflacao-em-alta-veja-duas-aplicacoes-que-voce-deve-evitar-em-seu-portfolio/#respond Sun, 13 Jun 2021 05:30:19 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Mark-Abramson-The-New-York-Times-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2616 A divulgação da inflação oficial para o mês de maio acendeu uma luz amarela no radar dos investidores. A variação de preços medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de mais de 8% em doze meses.

A preocupação não é à toa. Observe no gráfico abaixo que, nos últimos 20 anos, em poucos momentos a inflação esteve tão elevada.

Evolução da variação de preços em 12 meses medida pelo IPCA. Fonte: Bloomberg.

Segundo dados da pesquisa entre economistas realizada pelo Banco Central (BC), a inflação deve cair, retornando para a meta de 3,50% ao ano até meados do próximo ano. Esta previsão pode ser vista no gráfico abaixo na linha vermelha.

Evolução do IPCA e da meta de inflação do BC. Fonte e elaboração: Banco Central.

Embora os economistas pareçam mais otimistas, o mercado financeiro não está pagando para ver.

Os juros futuros negociados na B3 já têm implícito uma possibilidade de elevação da Selic para 7% ao ano em janeiro de 2022 e superando 9% ao ano em 2024.

Lembre-se, você deve sempre investir considerando o que deve ocorrer em relação ao que o mercado já espera.

Uma alta de juros já está precificada. Assim, você deve considerar se esta alta é maior ou menor do que o que você espera que o BC realize.

Com esta incerteza sobre o movimento dos juros, duas aplicações têm recebido aportes dos investidores. Mas você deveria evitá-las no curto prazo.

A primeira aplicação que você deveria evitar é a caderneta de poupança.

Segundo dados do BC, só nos primeiros 7 dias de junho, investidores aplicaram mais de R$ 10 bilhões na poupança.

O volume aplicado na caderneta soma mais de R$ 1 trilhão. Para se ter uma noção da magnitude, isto representa mais de 17% do valor de mercado total de todas as empresas com ações na bolsa de valores brasileira (B3).

Embora a poupança tenha rendimento positivo, ela é com certeza inferior a outras aplicações de mesmo risco como CDBs. Se você precisa de alguma liquidez, prefira aplicar em CDBs de vencimentos curtos e referenciados ao IPCA.

Muitos investidores fogem para a poupança com receio da volatilidade nos ativos. No entanto, em CDB, você também não vai ter volatilidade e ainda vai terá rentabilidade muito superior à da poupança.

O segundo movimento que os investidores deveriam evitar é a aquisição de títulos referenciados ao IPCA ou prefixados com vencimento superior a seis anos, ou seja, de longo prazo.

O último balanço divulgado pela plataforma do Tesouro Direto mostra que os títulos referenciados ao IPCA com prazo superior a dez anos têm sido preferidos pelos investidores.

Os preços de títulos de longo prazo são mais afetados pelos movimentos de taxa de juros.

Caso a inflação persista e o BC tenha de elevar a taxa de juro mais do que o mercado já precifica, os títulos de longo prazo podem sofrer duras perdas.

Para se proteger da inflação, o mais recomendado são títulos ou fundos de investimentos de renda fixa referenciados ao IPCA, mas com vencimento de curto prazo, ou seja, com menos de seis anos.

 

 

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Se minha carteira rende menos que a inflação em 2021, devo mudar? https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/05/09/se-minha-carteira-rende-menos-que-a-inflacao-em-2021-devo-mudar/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/05/09/se-minha-carteira-rende-menos-que-a-inflacao-em-2021-devo-mudar/#respond Sun, 09 May 2021 05:30:35 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Funcionário-da-Bolsa-de-Nova-Iorque-Michael-Nagle-Xinhua-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2561 Nos últimos 20 anos, quem investiu em ativos que rendiam a Selic, ganhou em média mais de 5% acima do IPCA ao ano. Mas esta situação se inverteu desde meados do ano passado. O investidor brasileiro vai ter de se acostumar com algo que o investidor internacional já está habituado há muitos anos.

Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, a taxa Selic sempre rendeu acima do IPCA, até o ano passado. O investidor brasileiro se acostumou mal em ser “conservador”. Foram duas décadas que levaram o brasileiro a se educar de forma errada em como avaliar o desempenho de seus investimentos.

O gráfico acima apresenta no painel superior a evolução da taxa Selic (linha branca) e do IPC-A de 12 meses (linha amarela). No painel inferior há a evolução da diferença entre a Selic e o UPC-A. Fonte: Bloomberg.

No passado, não era necessário correr qualquer risco ou mesmo abdicar de liquidez. Era possível ter um ganho certo, acima da inflação praticamente todos os meses, com ativo de liquidez diária e sem risco.

As duas primeiras décadas do século foram o “paraíso dos rentistas”, parafraseando nosso Ministro da Economia. Como diz o provérbio: “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”. E acabou.

Só há dois caminhos para se ganhar da inflação atualmente. Alocar parte da carteira em risco ou abdicar de liquidez em investimentos com maior prazo.

No entanto, estas duas alternativas também estão frustrando investidores brasileiros em 2021.

Retornos das principais classes de ativos brasileiros em 2021 (até 06/maio/2021). Fonte: Economatica.

Conforme pode ser observado na tabela acima, a inflação medida pelo IPC-A ganha de todas as aplicações.

Mesmo quem fugiu para os populares títulos Tesouro IPCA, para se proteger da inflação, amarga perdas este ano. As perdas dos títulos públicos atingem 17% em 2021 para quem, por exemplo, investiu no TESOURO IPCA+ 2045.

Passados pouco mais de quatro meses, alguns investidores começam a se questionar.

Mas o que os investidores deveriam fazer?

Se você tem apenas ativos referenciados ao CDI ou à taxa Selic, conscientize-se que o “paraíso dos rentistas” acabou. Agora é necessário diversificar.

Ainda assim, alguns se questionam se realmente fizeram bom negócio em sair da Selic. Um investidor que tivesse diversificado sua carteira entre as nove classes de ativos estaria perdendo 0,9% neste ano, ponderando igualmente todos os investimentos.

Será que vale a pena sair da Selic ou CDI, já que, apesar de perder da inflação, pelo menos o ganho é positivo?

De forma geral, o problema não é a diversificação, mas a forma de análise. Não é razoável analisar, no curto prazo, o desempenho de ativos que possuem horizonte de longo prazo.

Mesmo os títulos referenciados ao IPC-A, podem perder da inflação no curto prazo. Os títulos Tesouro IPC-A rendem uma taxa real de juros mais o IPC-A.

Hoje eles rendem em média IPC-A + 3% ao ano. Entretanto, este retorno acima do IPC-A só é garantido no horizonte de investimento que é, em média, de sete anos para todos os títulos públicos emitidos.

O que justifica eles perderem do IPC-A no curto prazo é a marcação a mercado. A taxa real acima do IPC-A flutua no mercado e esta flutuação acaba sendo mais representativa no retorno no curto prazo.

A única forma de você ter garantido o retorno mensal acima do IPC-A é se investir em CDBs referenciados ao IPC-A que são marcados na curva. Assim, eles não sofrem com a variação diária do mercado.

No entanto, para ter ganhos de 3% acima do IPC-A, estes CDBs devem ter prazo médio de pelo menos três anos. E você não poderia resgatá-los até o vencimento, ou teria perdas como os títulos marcados a mercado.

Portanto, se sua carteira está dividida em investimentos com horizonte de médio prazo, por exemplo de três a cinco anos, este deve ser o prazo de análise.

A alteração da carteira deve ter como justificativa a mudança da expectativa sobre o cenário econômico futuro e seus reflexos nos investimentos para frente e não o desempenho passado de curto prazo. Se alterar sua carteira baseando-se apenas no desempenho passado de curto prazo, corre o risco de vender, quando deveria estar comprando, e de comprar, quando deveria estar vendendo.

 

Michael Viriato é assessor financeiro e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Se você tem previdência há mais de cinco anos está na hora de revê-la – Parte II https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/se-voce-tem-previdencia-ha-mais-de-cinco-anos-esta-na-hora-de-reve-la-parte-ii/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/se-voce-tem-previdencia-ha-mais-de-cinco-anos-esta-na-hora-de-reve-la-parte-ii/#respond Sun, 02 May 2021 05:30:02 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/Warren-Buffett-ensina-em-sua-reunião-anual-Rick-Wilking-Reuters.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2555 Na semana passada, expliquei duas razões pelas quais você deveria revisar o produto de previdência se você aplica há mais de cinco anos. Mas, quando se fala em previdência, não se pode pensar apenas no produto. Há mais três pontos que você precisa revisar em seu plano.

Conforme descrevi na semana passada, há cinco anos, a taxa básica de juros da economia era de 14,25% ao ano.

Em 2016, a taxa real de juros para títulos públicos de dez anos de vencimento era de 6% ao ano. A taxa real de juros de um título de vencimento de mesmo prazo agora está em 3,9% ao ano.

O gráfico abaixo apresenta a evolução da taxa real de juros de um título com vencimento de dez anos a frente. Perceba que a taxa esteve na média menor que 3,5% ao ano desde o final de 2019.

Evolução da taxa real de juros de um título com vencimento de dez anos a frente. Fonte: Bloomberg

A taxa de juros de títulos públicos define o patamar base de retorno para todo o mercado. O retorno esperado dos investimentos financeiros é calculado acrescentando-se um prêmio sobre esta taxa.

Assim, se ela cai, isso quer dizer que todas as aplicações de forma esperada devem render menos no horizonte futuro.

Dessa forma, se seu objetivo final com a previdência não se alterou, você deve revisar os aportes mensais ou revisar o risco de sua carteira.

 

Revisar o aporte

Por exemplo, em 2016, quando a taxa real de juros era de 6% ao ano, um investidor conservador, poderia estimar que com R$ 1.539,23 seria capaz de em trinta anos atingir o patrimônio de R$ 1,5 milhões em termos reais.

É mais adequado calcular em termos reais, pois em trinta anos, se você não ajustar pela inflação, não vai conseguir viver com R$ 1,5 milhões da mesma forma que se vive hoje. Por isso, se utiliza a taxa de juros acima da inflação para o cálculo.

Com a taxa de juros agora a 3,9% ao ano, alguém que planeja ter em trinta anos R$ 1,5 milhões a valores de hoje, deve agora investir mensalmente R$ 2.226,72.

Portanto, você deveria fazer um esforço de poupança de quase 50% a mais.

 

Revisar o risco

Caso não consiga realizar esta aplicação mensal adicional e deseja manter o objetivo inicial, pode revisar o risco de sua carteira a fim de chegar ao retorno médio de IPCA+6% que tinha antes.

Isso quer dizer que deve adicionar produtos com mais risco como fundos de previdência com investimentos em ações nacionais e internacionais.

 

Objetivo

Periodicamente também deve revisar o objetivo que tem com a previdência.

A maioria dos investidores aplica em planos de previdência, mas o fazem sem traçar um objetivo.

Sem esta meta, fica inviável para o investidor entender se o que tem feito de aportes e diversificação de produtos é suficiente para satisfazer suas necessidades no futuro.

Portanto, esta meta é fundamental. Depois de fixada a meta, ela também precisa ser revista periodicamente, pois suas necessidades podem se alterar com o tempo.

Por exemplo, há cinco anos, você poderia acreditar que uma renda de R$ 5 mil por mês seria suficiente para você. Desta forma, o objetivo de chegar em um patrimônio de R$ 1,5 milhões a valores de hoje seria muito adequado.

No entanto, se você revisou seus gastos e percebeu que agora seria necessária uma renda de R$ 10 mil mensais, seu objetivo final também precisa ser revisado o quanto antes.

Quanto mais cedo revisar seu objetivo melhor, pois precisará ajustar os aportes ou o risco em menor intensidade.

Revisar o plano de previdência pode ser comparado a ir ao dentista ou ao médico para tratar de sua saúde. Se você demorar para fazer check-ups, o dano na sua saúde financeira pode ser pior.

 

Michael Viriato é sócio fundador da Casa do Investidor.

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Três investimentos que não podem faltar em seu portfólio em 2021 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/12/27/tres-investimentos-que-nao-podem-faltar-em-seu-portfolio-em-2021/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/12/27/tres-investimentos-que-nao-podem-faltar-em-seu-portfolio-em-2021/#respond Sun, 27 Dec 2020 05:30:07 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Michael-Nagle-Xinhua-operador-de-bolsa-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2430 A pandemia provocada pelo Covid-19 demandou dos governos estímulos fiscais e monetários. Em 2020 esta injeção de recursos trouxe duas consequências: taxas de juros de curto prazo mais baixas e inflação mais elevada. Estes reflexos devem se propagar por 2021 e definir três investimentos que você deve possuir para o próximo ano.

Você já deve ter notado os preços mais altos de bens e serviços nos últimos meses.

Segundo o boletim semanal Focus do Banco Central desta última segunda-feira (21/dez), economistas do mercado esperam que o IPCA em 2021 seja de 3,37% ao ano. Portanto, 2021 deve ser o segundo ano em que a Selic e o CDI perdem do IPCA, conforme expectativa destes economistas.

Neste ambiente, ativos conhecidos como ativos reais, ações e ativos financeiros referenciados ao IPCA devem se destacar. Vamos começar por estes últimos.

Títulos e fundos de renda fixa referenciados à inflação

Não é qualquer título público que deve ser comprado neste momento. Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, da dívida pública federal de R$ 4,8 trilhões, a maior parcela é de títulos referenciados à Selic. Justamente estes são os títulos que mencionei acima que deveriam perder da inflação.

Distribuição da dívida pública federal nos indexadores. Fonte e elaboração: Tesouro Nacional

Para obter juros reais, acima da inflação, o foco devem ser os títulos e fundos referenciados ao IPCA (ou NTN-B), pois estes rendem uma taxa de juros real mais a variação da inflação. No gráfico acima, são os classificados como “Índice de Preços”.

Entretanto, é arriscado investir nos títulos de vencimento longo, ou seja, acima de seis anos para o vencimento. A variação destes vai ser muito mais influenciada pelos movimentos de taxa de juros. Se o Banco Central elevar as taxas de juros acima do esperado, os títulos de longo prazo podem sofrer negativamente e você não vai capturar os ganhos da inflação no curto prazo.

Prefira os títulos com vencimento de curto e médio prazos, com vencimento inferior a seis anos. Estes títulos devem sofrer muito pouco com eventuais aumentos de taxa de juros, favorecendo o ganho de curto prazo da inflação.

Para os títulos privados, você deve seguir esta mesma estratégia. No entanto, estes possuem uma vantagem adicional.

Os títulos privados possuem um prêmio em relação aos títulos públicos. Esse prêmio pode quase dobrar o juro real, ou seja, os juros acima da inflação obtidos.

Por exemplo, o título público Tesouro IPCA 2026 tem taxa de IPCA + 2,4% ao ano. No entanto, deve subtrair desta remuneração a taxa de custódia da CBLC. Assim, o retorno que deve receber, ainda bruto de IR, será de IPCA + 2,15% ao ano. Existem CDBs de mesmo prazo com retorno de IPCA + 4,0% ao ano. Portanto, quase o dobro de juros real.

Alternativamente, há fundos de renda referenciados ao IPCA isentos de IR. Estes além de promoverem o prêmio do título privado, também possuem o benefício da isenção de IR.

O cenário de juros de curto prazo menores e maior inflação deve promover uma migração por parte dos investidores. Este rebalanceamento dos portfólios já vem ocorrendo e deve se prolongar pelo próximo ano.

Esta migração deve favorecer ações e os chamados ativos reais como fundos imobiliários.

 

Fundos de ações nacionais e internacionais

Não há dúvidas de que o mercado de ações deve ser favorecido. No entanto, depois da alta recente observada no mercado brasileiro, o investimento direto em ações se torna ainda mais desafiador.

Adicionalmente, existem riscos não desprezíveis de o crescimento econômico brasileiro decepcionar, tendo em vista os riscos relativos à extensão da pandemia e a fragilidade de nossa dívida pública.

Neste sentido, é ainda mais recomendável o investimento por meio de fundos de ações com bons gestores para navegar neste ambiente.

Tabela contendo principais índices de ações internacionais, variação de preço e múltiplos PE (Preço/ Lucro) e Dividend Yield (taxa de dividendos). Fonte e elaboração: Bloomberg.

Também é recomendável a diversificação internacional. Pelo viés denominado home biased (viés doméstico), concentramos os investimentos em ativos braseiros. Por estarem mais próximos, temos a falsa impressão de que estes ativos são menos arriscados.

A figura acima mostra uma tabela com os múltiplos P/L (preço/ lucro) e Dividend Yield (taxa de dividendo). O P/L é internacionalmente usado como forma de padronização dos preços para comparação. Este múltiplo no caso brasileiro não é dos menores e os riscos inerentes a nossa economia sugerem atenção.

Ainda assim, nosso mercado deve ser favorecido pelo fluxo positivo para mercados emergentes e pelo rebalanceamento de carteiras dos investidores no Brasil.

 

Fundos imobiliários

Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) também são uma boa alternativa para proteção da inflação. Os aluguéis dos imóveis são corrigidos pela inflação.

Adicionalmente, quando comparamos os dividendos dos FIIs com a taxa de juros de títulos públicos referenciados de dez anos de vencimento, vemos que os dividendos estão quase em sua máxima histórica relativa (painel inferior da figura abaixo).

Evolução do ganho de dividendo dos fundos imobiliários e da taxa de títulos públicos referenciados a IPCA de 10 anos (painel superior) e a relação entre os dois (painel inferior). Fonte e elaboração: Bloomberg.

Os FIIs guardam uma vantagem em relação ao investimento em imóveis diretamente, pela diversificação, liquidez, isenção de IR e maior remuneração.

Os FIIs que investem em CRIs são uma alternativa interessante para os que desejam correr menos risco.

 

Destaco que estes não são as únicas aplicações que um investidor deve ter em carteira. Tampouco, que se deve acabar com investimentos de liquidez. Manter parte dos recursos em liquidez e baixo risco servem para capturar oportunidades com oscilações desfavoráveis do mercado.

 

Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Descubra qual é a melhor opção para financiar seu imóvel https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/12/20/descubra-qual-e-a-melhor-opcao-para-financiar-seu-imovel/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/12/20/descubra-qual-e-a-melhor-opcao-para-financiar-seu-imovel/#respond Sun, 20 Dec 2020 05:30:37 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/NYpredios-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2426 Usualmente o mercado imobiliário tende a sofrer fortemente durante períodos de contração econômica. Entretanto, ao contrário do senso comum, neste ano, os imóveis não só não apresentaram a queda esperada, como também estão com demanda mais aquecida. Entretanto, antes de fechar o negócio, compradores enfrentam um novo dilema.

Antigamente, a parte mais difícil era escolher o imóvel ideal. Parece que o fato de as pessoas terem passado mais tempo em casa, seu ideal de imóvel ficou mais claro. No entanto, uma nova dúvida aflige os compradores: qual a melhor forma de financiar a aquisição.

Há alguns anos, existia apenas uma forma de financiamento que era TR + taxa fixa. O surgimento de três novas modalidades tem confundido os compradores.

Atualmente existem quatro formas de financiamento: Taxa Fixa, TR + Taxa Fixa, IPCA + Taxa Fixa e Poupança + Taxa Fixa.

Exceto pela primeira, perceba que as formas de financiamento são compostas de dois elementos. O primeiro é um indexador de correção monetária: TR, IPCA (índice oficial de inflação) e a taxa de rendimento da Poupança. O segundo é uma Taxa Fixa que é o elemento de juros prefixado.

Muitos imaginam que pagar a menor Taxa Fixa é a melhor escolha. Sabendo disso, alguns bancos concentram a propaganda nesta parte do custo do financiamento e influenciam de forma errada o processo de compra. O indexador de correção é parte relevante e pode chegar a ser até maior que a Taxa Fixa.

Mostro abaixo quais formas de financiamento possuem a menor Taxa Fixa e explico porque selecionar um delas pode ser um grande erro.

Fazendo uma pesquisa neste último sábado entre os principais bancos, encontrei as seguintes alternativas para financiamento de um imóvel de valor de R$ 500 mil por 20 anos: 9% ao ano prefixado, TR + 6,99% ao ano, IPCA + 3,55% ao ano e Poupança + 3,99% ao ano.

O comprador desavisado ficaria tentado a escolher o financiamento com a correção monetária pelo IPCA ou pela Poupança, pois possuem a menor Taxa Fixa.

Preste atenção nas propagandas. Naquelas em que a forma de financiamento é com correção por Poupança ou por IPCA, estes indexadores aparecem em letras muito pequenas. Quase não dá para ver que há um indexador e o destaque é apenas na Taxa Fixa. Você bem sabe que estas letras pequenas costumam esconder um risco. Aqui não é diferente.

O IPCA acumulado dos últimos 12 meses já supera os 4,2% ao ano. Portanto, o indexador já é maior que a própria Taxa Fixa do financiamento. Segundo o relatório Focus do Banco Central (BC), nos próximos três anos, o IPCA deve superar 3,5% ao ano.

Logo, quando compomos a Taxa Fixa de 3,55% ao ano com esta correção de 3,5% ao ano, já resulta em uma taxa total superior aos 6,99% ao ano da correção com TR.

Lembrar que enquanto a Selic for menor que 8,5% ao ano, a TR será zero.

Não se espera que a Selic suba acima de 8,5% ao ano nos próximos anos. Se por acaso ela ultrapassar esta marca daqui a 5 anos, isso só ocorreria porque o IPCA superou os 6% ao ano. Nesta condição, a TR ainda continuaria muito baixa. Assim, o financiamento com correção monetária pelo IPCA é muito arriscado e pior neste momento.

A correção pela Poupança segue raciocínio similar. Conforme o relatório Focus do BC, economistas de mercado esperam uma taxa Selic de 3%, 4,5% e 6% ao ano ao final de 2021, 2022 e 2023, respectivamente.

Como a Poupança remunera 70% da Selic, a partir de 2022, se a Selic estiver a 4,5% ao ano, a Poupança renderá 3,15% ao ano. Ao compor a taxa de financiamento total de Poupança + 3,99% ao ano, o resultado também será superior a 6,99% ao ano.

Logo, vimos que entre as três formas de financiamento com correção monetária, justamente a tradicional relativa à TR continua sendo a mais indicada.

Mas será que ela também é a melhor escolha quando comparada à Taxa Fixa de 9% ao ano sem correção monetária?

Para que o financiamento pela taxa prefixada sem correção monetária seja melhor que a corrigida pela TR é necessário que a TR suba acima de 1,87% ao ano. Esta situação, no cenário atual parece muito distante de ocorrer. A TR só esteve maior que este patamar quando a Selic ultrapassou os 12% ao ano.

Como parece improvável que a Selic supere 12% ao ano em um horizonte razoável de projeção, a melhor alternativa se mantém como a correção pela TR.

Reforço que a escolha da forma de financiamento assume cenários de mercado e probabilidades. O intuito deste texto foi o de orientar o leitor sobre como realizar a comparação. Assim como, analisar qual o cenário de mercado atual parece mais provável e qual forma de financiamento seria mais vantajosa nesta condição.

Neste sentido, apesar das várias alternativas de financiamento existentes no atual momento, aquela que parece mais interessante continua sendo a velha e tradicional Taxa Fixa + TR.

 

Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Quatro investimentos para seu patrimônio ficar protegido da inflação https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/10/25/quatro-investimentos-para-seu-patrimonio-ficar-protegido-da-inflacao/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/10/25/quatro-investimentos-para-seu-patrimonio-ficar-protegido-da-inflacao/#respond Sun, 25 Oct 2020 05:30:32 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/Dolar-Marcello-Casal-Jr-ABr.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2360 A divulgação do IPCA 15, na última quinta-feira, de 0,94% em outubro elevou o receio com relação ao fantasma da inflação. Como escrevi na semana passada, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superou o CDI por quatro meses consecutivos apenas em 2013. Confirmada as expectativas, será a primeira vez que a inflação vai superar o CDI no ano. Neste cenário, o que fazer para proteger seu patrimônio?

Segundo o boletim semanal Focus do Banco Central desta última segunda-feira, economistas do mercado esperam que o IPCA em 2020 seja de 2,76%. Embora o CDI atual seja de 1,9% ao ano, esta taxa veio caindo ao longo do ano. Assim, a variação do CDI esperada para 2020 é de 2,8% ao ano. Como o último IPCA 15 foi acima do esperado é provável que a inflação supere o CDI em 2020.

Antes de apontar quais são os investimentos para se proteger da inflação, vamos entender o que é o IPCA.

 

O que é o IPCA?

Existem vários índices que se propõem medir a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços. Cada um deles é diferente em um aspecto relativo à composição desta cesta.

Por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também produzido pelo IBGE, mede variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos.

A cesta de bens e serviços que o IPCA abrange é diferente, pois ela é a cesta consumida por famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos. Daí vem o termo Amplo, representado pela letra “A” no fim da sigla. Este índice alcança um espectro mais abrangente.

A diferença entre o IPCA e o IPCA 15 se encontra no período de coleta de preços. Como este último captura os preços do dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês corrente, ele é uma prévia do primeiro que mede o mês completo.

Sua inflação pode ser maior o menor que o IPCA, mas este índice é uma boa medida para a corrosão do poder de compra de seu patrimônio. E a importância de monitorar este índice é prevenir que seus investimentos sejam prejudicados.

 

Entretanto, qual a melhor estratégia para evitar esta perda?

Com medo da inflação, você pode imaginar que a melhor estratégia seria investir todo seu portfólio em produtos referenciados a ela. No entanto, esta não é a melhor estratégia.

É importante manter parte dos recursos em produtos de liquidez referenciados ao CDI e explicarei a razão à frente. Antes, vamos entender que produtos seriam mais adequados neste momento para proteção da inflação.

 

Títulos púbicos

Não é qualquer título público que deve ser comprado neste momento. Você deve adquirir o título Tesouro IPCA (ou NTN-B), pois este rende uma taxa de juros real mais a variação da inflação.

Entretanto, é arriscado investir nos títulos de vencimento longo. A variação destes vai ser muito mais influenciada pelos movimentos de taxa de juros. Se o Banco Central elevar as taxas de juros acima do esperado, os títulos de longo prazo vão sofrer negativamente e você não vai capturar os ganhos da inflação no curto prazo.

Prefira os títulos com vencimento de curto a médio prazo. Estes títulos devem sofrer muito pouco com eventuais aumentos de taxa de juros, favorecendo o ganho de curto prazo da inflação.

 

Títulos privados

Para os títulos privados, você deve seguir a mesma estratégia dos títulos públicos. No entanto, estes possuem uma vantagem adicional.

Os títulos privados possuem um prêmio em relação aos títulos públicos. Esse prêmio pode quase dobrar o juro real, ou seja, os juros acima da inflação que ganha quando comparado aos títulos públicos.

Por exemplo, o Tesouro IPCA 2026 tem taxa de IPCA + 2,9% ao ano. No entanto, deve subtrair desta remuneração a taxa de custódia da CBLC. Assim, o retorno que deve receber, ainda bruto de IR, será de IPCA + 2,65% ao ano. Existem CDBs de mesmo prazo com retorno de IPCA + 4,8% ao ano. Logo, uma taxa de rendimento acima da inflação 80% maior.

 

Fundos de investimentos

Os fundos referenciados ao IPCA cujo prazo médio dos títulos seja até 6 anos também podem ser utilizados.

Procure os fundos que possuem como índice de referência (ou benchmark) o IMA-B 5. A carteira deste índice é composta pelos títulos públicos referenciados ao IPCA com vencimento até 5 anos.

Cuidado para não se confundir com o IMA-B 5+. Este é formado pelos títulos de longo prazo.

O prazo médio dos títulos no IMA-B 5 é de dois anos e meio. Esta é a vantagem dos fundos que perseguem este benchmark. Você investe em uma carteira de títulos e não em um título fixo.

 

Fundos imobiliários

Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) também podem ser uma boa alternativa para proteção da inflação. Os aluguéis são corrigidos pela inflação. Portanto, os dividendos dos FIIs podem subir.

Eles guardam uma vantagem em relação aos imóveis diretamente, pela diversificação, liquidez, isenção de IR e maior remuneração.

Os FIIs que investem em CRIs são uma alternativa interessante para os que desejam correr menos risco.

 

Lembre-se de manter parte dos recursos em liquidez. Esta é uma boa estratégia para capturar oportunidades com uma eventual alta de taxas de juros mais a frente. Embora não seja esperada uma alta significativa da inflação, tampouco das taxas de juros pelo Banco Central, sempre é bom manter uma reserva para poder aproveitar caso ela ocorra.

 

Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Descubra quais são os riscos em renda fixa atualmente https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/10/18/descubra-quais-sao-os-riscos-em-renda-fixa-atualmente/ https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/2020/10/18/descubra-quais-sao-os-riscos-em-renda-fixa-atualmente/#respond Sun, 18 Oct 2020 05:30:20 +0000 https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/Xinhua-Wang-Ying-320x213.jpg https://degraoemgrao.blogfolha.uol.com.br/?p=2352 Com a queda da taxa Selic para 2% ao ano (0,17% ao mês), investidores estão correndo para balancear suas carteiras buscando maiores retornos. A velocidade da queda dos juros surpreendeu muitos investidores e vários ainda não conseguiram adequar seus portfólios à nova realidade de rendimentos. Aponto alguns riscos que você precisa atentar para melhorar a rentabilidade, mas manter a segurança.

No passado, o investidor não precisava fazer nenhum planejamento, pois a remuneração de aplicações com liquidez diária já era suficientemente boa.

A liquidez dos investimentos é a capacidade de transformar os recursos investidos em dinheiro sem sofrer com as condições de mercado. Algumas aplicações que possuem maior carência ou maior prazo de vencimento são premiadas com uma maior taxa de retorno em relação ao CDI. Entretanto, não basta investir em títulos com maior retorno. É preciso avaliar os riscos de movimento da curva de juros e o que o mercado já precifica nesta curva.

Um risco no cenário econômico emerge e o investidor deve considerar de forma mais cuidadosa os efeitos que podem ser produzidos na Selic e na curva de juros.

Nos últimos vinte anos, apenas em um momento tivemos a inflação superando o CDI em quatro meses seguidos como estamos passando agora. Observe na tabela abaixo que, assim como atualmente, o IPCA também esteve maior que o CDI entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013.

 

A tabela indica o IPCA, o CDI e a diferença entre ambos nos últimos quatro meses e em 2013. Nestes dois períodos, o IPCA superou o CDI por quatro meses seguidos.

Uma característica marca os dois momentos. Assim como em 2013, a Selic hoje também se encontra no seu mínimo histórico.

Sem dúvida, o cenário de ociosidade econômica e de desemprego atuais são diferentes daqueles encontrados em 2013. No entanto, a dívida pública líquida como percentual do PIB nunca esteve tão alta como agora.

Evolução da dívida líquida pública em relação ao PIB desde 2011. Fonte: Bloomberg.

Talvez você se pergunte, mas e daí? Qual o risco? Afinal, os economistas esperam que a Selic permaneça baixa.

Para decidir as taxas de juros de curto prazo, a taxa Selic, o Banco Central (BC) persegue o regime de metas de inflação. Nesse regime, ele acompanha as expectativas dos agentes. E essa expectativa pode mudar rapidamente se a confiança for abalada.

Em 2013, logo depois de a inflação superar o CDI por quatro meses seguidos o BC iniciou um processo de elevação das taxas de juros como forma de administrar essa expectativa.

Sinais de que a confiança do mercado começa a ser abalada já estão sendo precificados nas taxas de juros. Isso ocorre não só pela elevação das taxas mais longas, mas também no prêmio que investidores estão cobrando acima da taxa Selic.

Nos últimos trinta dias os títulos referenciados à taxa Selic (Tesouro Selic) apresentaram forte queda como pode ser visto no gráfico abaixo. Esta queda impactou os fundos de liquidez e fundos multimercados que compram esses títulos em suas carteiras. Ou seja, manter os investimentos em ativos de liquidez pode não te garantir retorno positivo no curto prazo.

Evolução do índice de títulos públicos federais referenciados à taxa Selic (IMA-S). Fonte: Bloomberg.

Embora os economistas não prevejam elevação da taxa Selic no curto prazo, os agentes de mercado já precificam na curva de juros a possibilidade de a Selic se elevar já em 2020.

A figura abaixo mostra a taxa de juros prefixada negociada no mercado para cada prazo. A curva verde inferior indica as taxas negociadas no mercado em julho de 2020 e a curva laranja superior as taxas negociadas no mercado na última sexta-feira.

Curva de juros atual e há três meses. Fonte: Bloomberg.

O ambiente de investimento de renda fixa se torna agora ainda mais desafiador, tendo em vista o atual patamar da taxa Selic e do CDI. O aplicador precisa realizar além de um adequado planejamento de sua liquidez e de fluxo de caixa, também ter o entendimento do cenário econômico e da curva de juros de forma a evitar perdas com os movimentos de mercado.

 

 

Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.

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