Você investe ou só poupa?
Se você não criou um planejamento financeiro, você é um simples poupador. Poupar não é algo fácil. Exige abdicar do prazer de consumir. A maior parte das pessoas simplesmente guarda dinheiro e não sabe a finalidade para que estão fazendo isso. Portanto, elas acabam não resistindo à tentação e gastam com o primeiro desejo que lhes passa pela frente, levando embora toda a reserva duramente construída. Mas essa não é a única consequência.
A falta de planejamento das despesas futuras faz com que ela seja realizada muitas vezes com a contratação de dívidas. Por exemplo, se você gosta de realizar uma viagem por ano, comece esse ano a planejar e investir para essa finalidade. Se pretende adquirir um carro ou um imóvel, invista com antecedência para esse fim. Planejando antes, você se aproveitará das taxas de juros. Se não planejar, será refém delas, pois terá que financiar a aquisição e, consequentemente, ela se tornará mais cara.
O que fazer?
A busca por ganhos financeiros não é a razão de você investir. Você precisa de um propósito. O conceito de que o sucesso é obtido a partir do propósito não é aplicado apenas a investimentos, mas em empresas e na vida. Mark Twain – famoso escritor americano – já dizia:
“Os dois dias mais importantes da sua vida são o dia em que você nasceu e o dia em que descobre o porquê.”
Saber a razão de se investir é extremamente necessário devido a dois motivos. Primeiro para que se consiga atingir a meta traçada e evitar custos adicionais como o de juros. Segundo para saber onde investir.
Imagine-se chegando a uma locadora de carro e solicitando o melhor carro para rodar 18 km. Provavelmente lhe será oferecido um sedã de luxo. De forma geral, esse carro proporciona desempenho e segurança. Entretanto, não o atende se os 18 km são de estrada de terra.
Da mesma forma, a escolha do melhor investimento que permitirá você chegar onde deseja ao fim de 18 meses deve ser realizada tendo em vista o objetivo de utilização dos recursos. Assim, é necessário analisar os produtos que melhor atendam à sua estratégia de investimento e que ao mesmo tempo se adéquem ao seu perfil. A frustração do resultado por investimentos mal planejados leva as pessoas a se desiludir com o ato de investir.
Como fazer?
O primeiro passo é construir um fluxo de caixa com todas os pagamentos que pretende realizar. Da mesma forma que uma empresa realiza o planejamento de seus fluxos de caixa para os próximos anos, você também deve realizar. Para isso, deve elaborar uma planilha contendo as entradas e saídas planejadas. A tarefa não é simples e muitas vezes é melhor elaborada com a ajuda de um planejador financeiro.
Como no demonstrativo de resultado de uma empresa, a primeira linha representa seu salário e outras rendas, em seguida há as despesas mensais recorrentes e aquelas esporádicas e de maior valor. Por exemplo, se pretende realizar uma viagem por ano nos meses de julho, deve colocar na planilha em todos os meses de julho um gasto do valor estimado. Caso deseje trocar de carro em cinco anos, já deve prever essa despesa. A aposentadoria é outra despesa que já deve constar do seu plano e provavelmente será a maior.
Com a criação do plano, saberá se o valor que está investindo periodicamente é suficiente para atender seus fluxos de caixa, se é necessário elevar os investimentos periódicos e qual retorno precisa ter para atingir a meta. Também poderá monitorar ao longo do tempo se os rendimentos estão alinhados com a meta, ou se estaria se distanciando, o que demandaria uma revisão do portfólio. Para a escolha dos investimentos mais adequados, pode pedir a ajuda de um assessor financeiro para selecionar os produtos financeiros. Ele explicará o retorno e risco esperado de cada produto e a adequação para o que pretende.
Se fizer seu planejamento financeiro, verá que o ato de investir se tornará um prazer, pois ele será a ponte para a realização de seus desejos.
Convido você a parar de poupar e começar a investir!