A valorização de mais de 11% do Ibovespa em janeiro desse ano, que apenas acompanhou a alta de mais de 5% do índice americano S&P500 leva os investidores a se questionarem se ainda há espaço para mais valorização. A forte desvalorização dos mercados no início do mês de fevereiro elevou ainda mais a incerteza. Apresento a seguir alguns dados para acabar com sua incerteza.

Estudos acadêmicos como o publicado em 2006 no renomado Journal of Financial Economics apresentam um efeito que se qualifica como um enigma financeiro. Os pesquisadores Michael Cooper, John McConnell e Alexei Ovtchinnikov mostram que, de 1940 a 2003, a valorização positiva do mercado acionário americano no mês de janeiro foi capaz de prever o resultado positivo para os onze meses restantes do ano.

Repliquei o mesmo estudo para o Brasil entre 1971 e 2017. Os resultados são igualmente surpreendentes. Desde 1971, temos uma amostra de 47 anos. Neste período, em 28 anos foi observada uma valorização positiva no mês de janeiro. Nestes anos em que o mês de janeiro foi positivo, 82% das vezes os onze meses seguintes foram positivos. No entanto, esse ainda não é o dado mais interessante.

Dos 28 anos em que o mês de janeiro foi positivo, em 68% deles, o retorno nos onze meses seguintes foi o dobro da valorização de janeiro. E tem mais…

Lembro que o ano de 2018 é um ano eleitoral e como já comentei no passado, os anos eleitorais brasileiros são marcados por forte volatilidade e de forma geral são negativos. Entretanto, chamo a atenção que das últimas sete eleições, em apenas dois anos houve valorização positiva em janeiro. Nesses dois anos em que janeiro foi positivo, a bolsa foi positiva no restante do ano.

Com a forte queda dos juros no Brasil, apostar que este efeito vai se repetir se mostra ainda mais convidativo.