A captação da poupança começa a despontar. Agora ela está melhor?

Segundo a Anbima, a caderneta de poupança ficou em segundo lugar em captação no varejo nesse mês de julho. Na primeira semana de agosto, o Banco Central aponta que o saldo na caderneta cresceu para R$689 bilhões, o que indica mais um mês de captação líquida positiva.

Tenho recebido questionamentos sobre o que explicaria essa captação positiva e se agora é a hora de voltar para esta aplicação que há tempos mal conseguia bater a inflação.

De fato, a poupança está relativamente melhor com a queda da taxa básica de juros (Selic). No entanto, isso não ocorre porque a rentabilidade da poupança subiu, mas porque a rentabilidade das outras aplicações caiu.

Até a Selic estar abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende um valor fixo (0,5% ao mês) + TR. Portanto, com a queda da taxa de juros, as outras aplicações conservadoras perderam rentabilidade, mas a poupança foi pouco afetada. Assim, relativamente às outras aplicações, a poupança parece hoje mais atrativa. Entretanto, essa é apenas uma parte da razão para os investidores estarem aplicando mais na poupança.

A captação positiva da poupança também pode ser explicada por mais dois motivos: popularidade do investimento e entrada de recursos advindos dos saques do FGTS.

Como mencionado no artigo de Danylo Martins, a aplicação na poupança ainda é uma decisão cômoda para a população. Isso ocorre, pois ela agrega características atrativas para o pequeno investidor. A garantia do FGC, a isenção de IR e a rentabilidade previsível tornam a poupança atrativa para o investidor que não quer ter trabalho de pesquisar. Somado a isso, os saques do FGTS também proporcionaram um colchão para uma grande massa de trabalhadores que usualmente está acostumada a investir na poupança.

Portanto, não siga a manada nesse caso, pois boa parte da explicação para a maior demanda é a simplicidade e a comodidade.

O que o leitor deve estar se perguntando é: qual a taxa de administração dos fundos conservadores e qual a taxa de retorno de CDBs, LCIs e LCAs como percentual do CDI que deixaria a poupança mais vantajosa? Essa pergunta será respondida nesse final de semana.