Fuja dos planos de previdência privada que possuem essas duas características
Conforme já escrevi aqui no jornal Folha de São Paulo, você não precisa de um plano de previdência, mas é extremamente importante que tenha um plano para sua previdência. Devido ao trabalho de se realizar esse planejamento para sua aposentadoria, a maior parte das pessoas acaba cometendo o erro de comprar um plano de previdência qualquer.
A facilidade de se comprar um plano de previdência leva investidores a cometerem graves erros. O mais comum deles é utilizar esse produto como veículo para investimentos com horizonte de curto e médio prazo, pois, no curto prazo, se paga mais imposto de renda nesses produtos que em uma aplicação tradicional. Portanto, como regra geral, não utilize produtos de previdência para investimentos com horizonte menor que oito anos, pois a vantagem fiscal só ocorre no longo prazo. A exceção a regra é se a razão for para sucessão patrimonial, ou se for um plano corporativo em que ocorra coparticipação da empresa empregadora.
Outro erro comum é a escolha inadequada do tipo de plano (VGBL ou PGBL), que também pode levar a pagamento de imposto em excesso. O produto do tipo PGBL só deve ser escolhido se compensa ao investidor fazer a declaração do imposto de renda pela forma completa e, assim, utilizar o plano para abater até 12% de sua renda bruta.
Além desses erros comuns, há duas características que o investidor precisa atentar, pois deve evitar os produtos que as possuem. A primeira delas é a existência de taxas de carregamento de entrada ou de saída. A taxa de carregamento é uma comissão paga à seguradora na aplicação, ou uma multa cobrada do investidor no resgate. Essa taxa encarece o produto e tira qualquer vantagem que o investimento possa oferecer. Atualmente, existem excelentes alternativas de produtos sem essa cobrança.
A outra característica é a adequação da taxa de administração ao tipo de investimento. Evite produtos de previdência de baixo risco que cobrem taxa de administração superior a 1% ao ano. Com a queda da taxa básica de juros, produtos de previdência de baixo risco com taxa superior a 1% ao ano, em geral, perdem da poupança. Se a poupança já é duramente criticada por quase não ganhar da inflação, não faz sentido aplicar um recurso de longo prazo em um investimento que perde da poupança, pois estará perdendo poder de compra investindo nele.
A melhor forma de fugir dessas cobranças em excesso é realizar uma portabilidade. Atualmente, a portabilidade entre planos está muito mais fácil e tem crescido continuamente como reportado por Danielle Brant em seu artigo. Analise agora mesmo essas características em seu plano e avalie continuamente novas oportunidades de portabilidade para garantir uma melhor aposentadoria.