Esse não é um bom investimento
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a venda de veículos novos em 2017 até setembro cresceu 9% em relação ao ano anterior. No mês de setembro, as vendas de veículos cresceram mais de 28% em relação a 2016. Com essa forte variação, questiona-se: a compra de um carro seria um bom investimento?
Ainda persiste no inconsciente das pessoas o conceito de que aquisição de veículo representaria um investimento. Parte desse pensamento vem das propagandas que insistem que um determinado veículo seria o melhor investimento do ano.
Um veículo é um bem de consumo que pode ser melhor comparado a uma geladeira e não com um Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou qualquer outro investimento financeiro. Não lembro de propagandas que insinuam que uma determinada geladeira seria o melhor investimento do ano.
De fato, a compra de um veículo não se qualifica como um investimento, pois em vez de produzir retorno, ela produz apenas custo e o valor de revenda costuma ser menor que o da aquisição. Em geral, o custo mensal de um veículo parado na garagem é entre 2 a 3% do valor deste.
Veja no exemplo abaixo, que a compra de um veículo com preço de R$40 mil gera uma despesa mensal de aproximadamente R$1,2 mil (3% do valor do automóvel).
Com a redução do custo provocada pelos aplicativos de transporte, fica ainda mais fácil abdicar da aquisição do veículo. A conta é muito simples. Se pretende comprar um carro com preço de R$40 mil, você poderia gastar até R$1 mil por mês com aplicativos de transporte e ainda seria vantajoso não ter o carro, pois não foi considerado nesse valor o custo de combustível e desgaste adicional com a utilização.
Quando for qualificar um investimento, avalie quanto ele deve gerar de retorno periódico, ou se existe uma possibilidade de venda acima do valor de aquisição. Caso não exista um ganho esperado positivo, essa despesa não deveria ser considerada como um bom investimento.