Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) o número de fundos de investimento em novembro de 2017 atingiu o patamar de dezesseis mil. Com esse volume de fundos não é de se admirar a dificuldade do investidor em selecionar os melhores para investir. Para isso, descrevo quatro passos que devem ser considerados para te ajudar na escolha dos melhores deles.

Produto
Muitos investidores confundem os fundos de investimento com uma classe de ativos. É comum ouvir um investidor afirmar que seu portfólio está dividido em renda fixa e fundos. De fato, os fundos são apenas um veículo que se bem selecionado traz diversos benefícios. Portanto, é possível que o investidor que disse que tinha uma diversificação entre fundos e renda fixa tenha, na verdade, o mesmo produto.

Conforme pode ser visto na figura abaixo existem pelo menos 10 classes de fundos segmentados pelos ativos nos quais eles investem ou pelo tipo de fundo.

Segundo a classificação Anbima os fundos se subdividem em 31 subcategorias de acordo com a classe, o risco e a estratégia (veja todas no link). Assim, o primeiro passo na decisão de investimento é selecionar a estratégia que deseja investir e assim, comparar os produtos dentro da mesma categoria. Dentro da mesma categoria poderá comparar levando em conta, de forma mais adequada, os ativos que podem ser investidos e o risco relativo entre os fundos.

Na seleção do produto dentro da mesma categoria, também, deve-se considerar as características de aplicação inicial, valor para movimentações secundárias, liquidez de resgate, taxa de administração, taxa de performance, objetivo de retorno e os outros pontos abaixo.

Performance
Depois de selecionada a estratégia que deseja investir, você vai comparar o desempenho passado dos produtos para filtrar aqueles que apresentam a melhor consistência. A redução do número de fundos a se avaliar por meio do filtro de desempenho será importante, pois as próximas duas etapas são qualitativas. Como as etapas qualitativas demandam mais trabalho, a redução do número de fundos economizará tempo de trabalho nas próximas etapas.

Para avaliar o desempenho, não basta escolher o fundo que mais se valorizou no passado recente. É necessário levar em consideração além do risco, a consistência e a taxa de acerto. Para entender mais sobre o risco e os outros dois indicadores, veja os artigos que escrevi anteriormente nos links.

Pessoas
Quando investe em uma determinada estratégia, por exemplo, ações de empresas pagadoras de dividendos, e realiza o investimento por meio de fundos, está de fato contratando toda uma equipe para fazer a gestão de seus recursos. Então, o que você acha que seria razoável fazer antes de contratar uma pessoa?

Você deve avaliar o currículo de toda a equipe que faz parte da gestão, incluindo analistas e economistas. O currículo destes indivíduos, em geral, pode ser encontrado no site da gestora no documento chamado Formulário de Referência. Avalie a experiência e compare entre os produtos da mesma categoria. Você vai querer selecionar a melhor equipe para administrar seus recursos.

Processo
Para que as chances de um bom desempenho passado se repitam, além de uma excelente equipe, vai querer entender o processo de decisão que levou aos acertos e às correções dos erros quando eles ocorreram.

Este é o último passo, pois para entender o processo de investimento, é possível que tenha que entrar em contato com a equipe comercial do fundo ou com um assessor de investimentos. Procure ver se as decisões são colegiadas, se o acerto não foi apenas uma questão de sorte, como o risco do fundo é controlado e como as estratégias são implementadas. Esse passo vai demandar experiência. Não desanime se parecer difícil no início. Quanto mais o realizar, mais adquirirá conhecimento e vivência para interpretar as informações.

Esses são os quatro “Ps” do processo de classificação e escolha de fundos de investimento. Seguindo esses passos tenho certeza que você vai selecionar os melhores fundos e investirá com mais segurança.