Seis dicas para o pequeno investidor empreender
A queda da taxa básica de juros promovida pelo Banco Central do Brasil para 6,75% ao ano essa semana deve estimular os investidores a buscarem alternativas de maior retorno. Os investidores brasileiros se acostumaram mal com os longos anos de altas taxas de juros em produtos de baixo risco. A nova realidade que se configura, com inflação controlada, baixa taxa de juros e retomada da economia, deve favorecer o empreendimento em pequenos negócios. Entretanto, sabemos que a maior parte dos pequenos negócios fecha nos primeiros cinco anos. Nesse sentido, o artigo de hoje traz dicas do que o investidor deve atentar para empreender.
Ao contrário do que se imagina, empreender demanda mais do que experiência no campo de atuação, um intenso planejamento. Nesse sentido, as Empresas Juniores, formadas por universitários, utilizam todos os conhecimentos adquiridos na faculdade para ajudar os empreendedores na difícil tarefa de planejar e avaliar a viabilidade dos investimentos dos pequenos empresários que não têm acesso ao auxílio das grandes consultorias.
Compartilho abaixo as dicas dos líderes da Insper Junior Consulting que é a Empresa Junior da faculdade de economia, administração e engenharia do Insper. Cada um dos diretores divide suas dicas para o pequeno empresário ter mais chance de sucesso em seu negócio.
Liderança
“Possuir uma empresa não torna o empreendedor um líder. É necessário que o empreendedor desenvolva a habilidade de liderar, pois esta é essencial para o sucesso do negócio.
Com isso, é necessário que haja um líder com uma visão holística, que coloque o time todo em sintonia, possuindo a arte de inspirar decisões e motivar ações.
Ser um líder também significa se reinventar, seja na hora de possuir um olhar estratégico da empresa, na tomada de decisão ou na delegação de tarefas.
Um dos pontos fundamentais do papel da liderança é transmitir para todos os colaboradores a visão e missão da empresa, procurando gerar motivação intrínseca para que o propósito da empresa seja compartilhado e a equipe tenha consciência da sua contribuição para o crescimento da organização. ” Alessandra Agrumi – Presidente da Insper Jr. Consulting
Conjuntura Econômica e Setorial
“Antes de abrir seu próprio negócio, é essencial que o empreendedor analise a área de atuação de sua futura empresa. Assim, é preciso realizar um profundo estudo setorial, incluindo pesquisas de mercado para avaliar a demanda pelo serviço ou produto, conhecer aos competidores já estabelecidos e seus respectivos diferenciais competitivos.
Para avaliar a viabilidade do negócio, deve analisar a lucratividade do setor em questão. Para isso ele deve conhecer quem serão seus possíveis clientes, e entender seus padrões de consumo e o que os motiva comprar. Vale ressaltar, também, a importância de criar um diferencial a fim de driblar as barreiras desse setor, fazendo com que seu produto ou serviço gere mais valor em comparação aos demais concorrentes.
Também é imprescindível que o empreendedor avalie a conjuntura econômica brasileira e realize simulações de cenários e seus impactos no negócio. Por exemplo, como o aumento da inflação impacta o preço e o custo de seu produto, além da demanda por ele. ” Maria Eugenia Cardoso – Diretora do Núcleo Econômico
Marketing
“Marketing é a ciência de entender comportamentos. Pensando em entender seu mercado, é extremamente importante ter a consciência de quem são seus potenciais clientes e principalmente como se comunicar com eles. Compreender qual o posicionamento frente ao mercado, como seus clientes o diferenciam dos concorrentes é essencial para atingir resultados financeiros desejáveis no início do projeto.
Entendendo o comportamento de compra do seu público alvo pode proporcionar reduções de custo e elevação de demanda, pois suas ações serão mais específicas e melhor direcionadas. É fundamental identificar canais de comunicação que sejam mais eficazes, como blog, site, redes sociais e e-mail marketing. Além dos canais, é necessário adquirir informações sobre linguagem, identidade visual e conteúdo que seus clientes buscam, com o objetivo de ganhar cada vez mais mercado. ” José Braga – Diretor de Marketing
Administrativo e Financeiro
“Para empreendedores é essencial que entendam qual o montante realmente necessário para atingir o ponto de equilíbrio financeiro de seu negócio e como determinar sua lucratividade.
Conhecer os números financeiros de seu negócio auxiliará a compreensão da saúde financeira do empreendimento. Corriqueiramente, os investidores subestimam o montante necessário para abrir o negócio e para sustentá-lo até que atinja o ponto de equilíbrio e passe a lucrar.
Outro erro comum é falhar ao estabelecer o preço do produto ou do serviço oferecido. Uma dica para aumentar a eficiência financeira de pequenas empresas é automatizar a contabilidade, usando sistemas de gerenciamento, que proporcionam relatórios em tempo real, agilizando a interpretação de dados financeiros e consequentes tomadas de decisão. ” Lucas Sproesser – Diretor do Departamento Administrativo e Financeiro
Pessoas
“Em pequenas empresas, é primordial uma boa seleção dos colaboradores. Para isso, a seleção de talentos deve levar em conta o alinhamento do colaborador com os valores e a cultura da empresa, buscando a adequação ideal. Além disso, é necessário observar se o candidato possui as competências necessárias para assumir o cargo e qual o seu potencial de desenvolvimento ao longo do tempo.
Principalmente em pequenas empresas, ter um funcionário alinhado com a cultura faz com que ambos consigam se desenvolver juntos, trazendo resultados mais rápidos para a empresa. “ Felipe Reis – Diretor de Recursos Humanos
Comercial
“O desenvolvimento de seu negócio depende de que consiga fazer com que todos aqueles que se relacionam com a empresa, por exemplo, consumidores e fornecedores, acreditem no sucesso dela. Isso fará com que todos virem promotores de seu negócio.
Em um processo de venda, existem três etapas: a pré-venda, a durante e a pré da próxima venda, usualmente chamada de pós. Lembre-se que é mais barato manter um cliente que conquistar um novo e que a maioria dos consumidores acaba se desapontando em alguma dessas etapas. Portanto o desafio como empreendedor é que se forme um ciclo. Para que isso ocorra, é necessário transmitir confiança e criar empatia, surpreendendo nos pequenos detalhes e incorporando o “walk the talk”(colocar em prática o que prega). Somente assim, será possível entregar verdadeiro e duradouro valor ao mercado. ” Nicole Anjos – Diretora da área de Projetos