Descubra as cinco leis de ouro do homem mais rico da Babilônia
A grande maioria das pessoas é capaz de atingir sua independência financeira. No entanto, apenas uma pequena minoria alcança este objetivo. Para atingi-la existe um conjunto de leis apresentadas por George Clason há quase um século. Elas já foram lidas por milhões de leitores, mas, apesar de simples, poucos se dispuseram a segui-las.
Clason lançou em 1926 um conjunto de artigos com ensinamentos de finanças pessoais distribuídos, naquela época nos Estados Unidos, por instituições financeiras. O sucesso destes ensinamentos, que seguiam a forma de parábolas, transformou parte deles no livro O Homem mais rico da Babilônia.
Engana-se quem imagina que apenas quem possui renda mensal elevada consegue atingir a independência financeira. Conforme descreve Clason, vários indivíduos com alta renda vivem endividados e escravos de seu trabalho.
Os ensinamentos de Clason podem ser encontrados nas palavras de Warren Buffett e de escritores e gurus consagrados da atualidade como Paulo Vieira, Tony Robbins, dentre outros.
Seguindo o conselho de Dan Ariely em seu livro A mais pura verdade sobre a desonestidade, primeiro vou te desafiar a citar quais seriam as leis Clason. Vou deixar um espaço abaixo para você escrever.
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As lições de Clason são ensinadas no livro pelo homem mais rico da Babilônia. Abaixo descrevo estas cinco leis de ouro. Nestas lições, quando ler a palavra ouro, entenda como prosperidade financeira, riqueza, ou independência financeira, pois o metal era o dinheiro daquela época.
Lei I
O ouro vem para aquele que investe não menos de 10% de sua renda com a finalidade de criar uma carteira para seu futuro e de sua família.
Acho que todos já leram que para atingir a independência financeira é necessário poupar pelo menos 10% de sua renda. De fato, se está começando mais tarde, essa proporção precisa ser maior.
Guardar parte do salário não é fácil. Somos influenciados pelo consumo e acabamos nos endividando e comprometendo inclusive salários futuros. Nesse momento de Black friday fica ainda mais difícil.
Há duas dicas para tornar esta tarefa mais fácil. A primeira é aplicar em algum investimento que você não possa resgatar imediatamente e logo que receber o salário. A segunda é criar um orçamento para te ajudar a analisar o que pode ser cortado, reservar nele uma parte para consumo não necessário e respeitar o plano.
Lei II
O ouro trabalha disciplinada e satisfatoriamente para o investidor prudente, multiplicando-se como árvores em uma floresta.
Esta lei descreve o benefício que as aplicações financeiras podem proporcionar no longo prazo. Quando investimos para o longo prazo, os juros compostos trabalham a nosso favor.
Uma aplicação que rende 10% ao ano vai dobrar o valor investido a cada sete anos. Isso quer dizer que em 25 anos o valor que investiu será mais de dez vezes o valor inicial.
Lei III
O ouro busca a proteção do aplicador cauteloso que segue os sábios conselhos em seus investimentos
Clason recomenda que o investidor seja cauteloso com suas aplicações e busque conselhos de pessoas experientes e que já tenham alcançado o objetivo que você procura, pois estes sabem o cuidado para preservar os recursos.
O investidor deve priorizar a diversificação de suas aplicações e evitar investimentos que possam promover a perda de principal com probabilidade elevada.
Lei IV
O ouro foge daqueles que o emprega em propósitos dos quais não está familiarizado ou que não contam com a aprovação dos mais experientes.
Novamente, Clason alerta para que o investidor aprenda a ponderar adequadamente o retorno esperado e o risco dos investimentos. Assim, deve evitar aplicações que não esteja familiarizado ou que não foi recomendado por especialistas.
Se você não é um profissional do mercado de ações e não analisa empresas com profundidade, prefira o investimento acionário por meio de fundos de ações. Investindo em fundos, pode contar com um gestor e uma equipe especializada que saberá escolher melhor um portfólio com maiores probabilidades de sucesso.
Lei V
O ouro se esvai daqueles que o força a ganhos impossíveis, dos que escutam falsas promessas e daqueles que confiam em sua inexperiência e desejos românticos na hora de o investir.
Você provavelmente já se deparou com propagandas de esquemas fraudulentos ou promessas de ganhos fáceis em operações de alto risco como day trades (operação de compra e venda de ações ou derivativos no mesmo dia). Você sabe que eles não são verdadeiros, pois provavelmente se pergunta como eles são possíveis.
Promessas de ganho rápido e fácil atraem muitos para armadilhas que acabam fazendo com que se perca todo o trabalho árduo de poupar.
Perceba que das cinco lições, duas estão relacionadas à criação de disciplina de poupar e reinvestir os rendimentos para auferir os benefícios dos juros compostos. As outras três são reservadas para alertar o investidor sobre o cuidado de aplicar com cautela e segurança.
Não é à toa a insistência com o cuidado na realização de aplicações. Muitos perdem suas poupanças ou fazendo aplicações com baixo rendimento ou caindo em armadilhas financeiras.
Respeitando estes cinco princípios do homem mais rico da Babilônia, é só uma questão de tempo para que se alcance a independência financeira.
Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.