Se você conseguir separar estes dois elementos, vai alcançar mais rápido sua independência financeira
Neste sábado, enquanto assistia a um curso de Wendell de Carvalho, percebi que algo que ele falava sobre comportamento pessoal, também poderia ser atribuído ao nosso comportamento financeiro.
Neste curso, ele abordava como, curiosamente, nos frustramos quando somos contrariados por fatores que não controlamos.
Por exemplo, reclamamos quando outras pessoas têm atitudes contrárias ao que desejamos e ficamos irritados por elas não seguirem nossa vontade. Assim, agimos como se fossemos deuses cuja vontade devesse ser seguida.
Apesar de sabermos que vamos ser contrariados, ainda assim, nos concentramos nestes fatores e atitudes sobre as quais não temos influência.
Wendell argumenta que, usualmente, desconsideramos os aspectos de nossas vidas que temos influência e, focando no que não temos controle, ficamos paralisados reclamando e perdemos a chance de nos desenvolver.
Interessante observar, que o mesmo fato ocorre no aspecto financeiro de nossas vidas. Também agimos como se fossemos deuses esperando que o mercado e a economia reflitam o que desejamos.
Parece improvável que isto ocorra. E esta pode ser uma das principais razões que atrasam ou inibem você de chegar à independência financeira.
Nos investimentos, nos concentramos em reclamar, por exemplo, sobre as atitudes de governantes, das atitudes de juízes, da economia, da alta dos preços, da inflação e da taxa de câmbio.
Reclamamos nos dias em que o mercado cai e no dia seguinte quando o mercado sobe por não termos comprado. Neste quesito, surpreendentemente, muitos se concentram no movimento dos próximos minutos ou segundos do mercado e reclamam das plataformas de negociação ou da conexão da internet que falhou logo no momento que iriam negociar.
Racionalmente, podemos concluir que estes fatores não estão sob nosso controle.
De fato, existem mais fatores que estão fora de nosso controle do que aqueles que estão em nossa zona de influência. Devemos, portanto, separar bem estes dois elementos. Ilustrativamente, podemos colocá-los em uma pirâmide.
Você já teve a sensação de que parece que faz muito e não evoluiu financeiramente?
Focamos na base da pirâmide, ou seja, nos elementos que estão fora de nosso controle e que são a maioria. Concentrando neles, ficamos presos em nosso estado e não evoluímos.
Ao contrário, devemos gastar mais energia no que realmente conseguimos fazer alguma diferença.
Você provavelmente conhece pessoas que não eram afortunadas, mas conseguiram construir o caminho para a independência financeira.
Elas focaram nestes pequenos fatores que estão em nossa zona de influência. Mirando nestes fatores elas escalaram mais rápido o caminho até sua independência.
Assim, pare um momento neste fim de semana e reflita sobre quais variáveis estão sob seu controle e o que você pode fazer para alavancar seus ganhos com elas.
Michael Viriato é sócio fundador da Casa do Investidor.