Você sabe quais foram os melhores investimentos de setembro?
A busca dos investidores por ativos que se beneficiam com a queda das taxas de juros foi a justificativa para o desempenho dos investimentos com maior valorização no mês de setembro.
O destaque de rentabilidade positiva de setembro foi o índice de fundos de investimentos imobiliários (IFIX). Em segundo lugar veio o índice de ações de empresas pagadoras de dividendos da B3, o IDIV. A valorização desses dois índices é uma consequência da queda da taxa de juros, pois os dividendos de alguns fundos imobiliários e das melhores ações pagadoras de dividendos permanecem interessantes relativamente ao CDI.
O Ibovespa subiu pelo quarto mês consecutivo. Nos últimos 18 anos, essa valorização consecutiva só ocorreu 16 vezes. Como falei no último artigo, em todas as vezes que esse fato ocorreu, a compra do índice no mês subsequente rendeu positivamente no período de doze meses e em 64% das vezes ganhou do CDI.
Na ponta inferior da lista, destaca-se a variação do Euro. A inflação medida pelo IPCA se encontra na penúltima posição. Essa inflação mais baixa permite o Banco Central manter a tendência de queda da taxa básica da economia, a taxa Selic. A poupança continua como um dos piores investimentos. Com a queda da Selic abaixo de 8,5% a poupança tem sua forma de cálculo alterada e deve permanecer no faixa inferior da tabela de retornos.
Renda Variável – Ações
O movimento de destaque do mercado de ações brasileiro em relação ao americano se repetiu esse mês. Como mencionei no mês anterior, as principais bolsas dos países emergentes também apresentaram valorização mais forte e os analistas apontam que essa tendência relativa deve continuar. Esse movimento é um reflexo de melhores perspectivas nos mercados emergentes e do desempenho relativo americano no passado recente ter sido bem mais acentuado.
Embora as recentes altas nos leve a ponderar sobre a sustentabilidade de novas valorizações, os estrategistas acreditam que ainda existe espaço para elevação do Ibovespa. Esse potencial é justificado dentre outros motivos pelas menores taxas de juros que impulsionam os investidores a tomar mais risco e melhora a perspectiva de lucro das empresas pela queda de suas despesas financeiras. Soma-se a isso a perspectiva de retomada da economia. Apenas o calendário eleitoral pode alterar esse humor.
Chamo a atenção para o gráfico abaixo que mostra a relação do índice com a evolução da taxa do CDI (invertida). Observe que quando o CDI cai (invertido no gráfico), o Ibovespa apresenta tendência ascendente.
Chamo a atenção ao artigo que escrevi anteriormente sobre o desempenho médio do Ibovespa em cada mês desde sua criação. O próximo mês, outubro, é o mês que possui a pior média de retorno. Entretanto, esse é o mês que traz boas oportunidades de entrada no mercado. Entenda porque o investimento em bolsa de novembro a abril pode ser bastante interessante, lendo esse artigo. Veja abaixo como foi o desempenho médio do Ibovespa em cada mês desde 1968.
Fundos Multimercados
Para aqueles investidores que perderam a alta do mercado, uma boa maneira de se expor com menor risco é por meio de fundos multimercados, por exemplo, os da categoria Long and Short. Perceba que o índice de fundos multimercados, o IHFA se mantém no meio da tabela, com retorno acima do CDI e apresentando uma baixa variação de retornos ao longo do mês. Para entender como escolher um fundo multimercado, veja meu artigo no link.
Juros
Como mencionei no mês passado, os investidores devem buscar alongar a carteira como forma de capturar os prêmios que ainda existem nos títulos com vencimento mais longo. Esse movimento rendeu bons frutos nesse mês de setembro.
Moedas
As principais moedas, Euro e Dólar se destacam na parte inferior da tabela. O dólar ainda apresenta desvalorização no ano e, conforme divulgado no relatório Focus do Banco Central, a perspectiva segundo os economistas é que essa moeda encerre 2017 no valor de R$3,17/ USD. Portanto, recomenda-se o investimento apenas para aqueles que necessitam da moeda para viagem ou algum pagamento.
Definição dos índices na tabela:
Renda Fixa
Poupança – Aplicação de renda fixa comercializada pelos bancos que rende TR+0,5% ou TR+70% da Selic quando essa taxa estiver menor que 8,5% ao ano.
CDI – O Certificado de Depósito Interbancário é negociado apenas entre os bancos. A Cetip calcula a taxa média e essa taxa é utilizada para atualização de diversas aplicações como CDB, LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures e outros.
IMA-B – Índice calculado pela Anbima que representa a valorização de uma carteira de todos os títulos públicos federais indexados ao IPCA.
IMA-B5 – Índice calculado pela Anbima que representa a valorização de uma carteira de todos os títulos públicos federais indexados ao IPCA com vencimento menor que 5 anos.
IMA-B5+ – Índice calculado pela Anbima que representa a valorização de uma carteira de todos os títulos públicos federais indexados ao IPCA com vencimento maior que 5 anos.
IRFM – Índice calculado pela Anbima que representa a valorização de uma carteira de todos os títulos públicos federais prefixados.
IHFA – Índice calculado pela Anbima que representa a valorização de uma carteira de fundos multimercados.
Renda variável
Ibovespa – Índice calculado pela B3 que representa uma carteira teórica de ações com maior negociabilidade e valor de mercado na BM&FBOVESPA.
IDIV – Índice calculado pela B3 que representa uma carteira teórica de ações que que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio.
SMLL – Índice calculado pela B3 que representa uma carteira teórica de ações de empresas de menor capitalização na BM&FBOVESPA.
S&P 500 – Índice que representa uma carteira teórica de 500 ações de maior valor de mercado americanas.
IFIX – Índice calculado pela B3 que representa uma carteira teórica dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da BM&FBOVESPA.
Dólar – Representa a variação do câmbio Reais/ Dólar.
Euro – Representa a variação do câmbio Reais/ Euro.