Três dicas do que fazer com a queda da Selic
Com a redução da taxa básica de juros para 7,5% ao ano devemos esperar que o CDI a partir de hoje apresente retorno de apenas 7,39% ao ano. Essa rentabilidade é quase a metade do existente no ano passado. Aplicações referenciadas a 100% do CDI devem render 0,6% ao mês.
A redução da taxa Selic de ontem não será a última do ano. No início de dezembro está agendada mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). Nessa reunião é esperada mais uma redução de 0,5%. Se isso se confirmar, a taxa básica de juros encerrará o ano mais baixa que em 2013.
Abaixo seguem algumas dicas sobre o que fazer com seus investimentos, com sua previdência privada e com seu financiamento imobiliário.
Investimentos
Como já escrevi, esqueça os retornos de 1% ao mês que eram obtidos no ano passado com baixo risco. Um retorno de 1% ao mês representa mais de 160% do CDI. Apenas investimentos de risco poderão apresentar retornos nesse patamar.
Estamos convergindo para taxas de juros mais próximas de patamares internacionais. Portanto, gradativamente você deve aproximar sua carteira para a forma de atuação desses investidores internacionais. Verifique o risco de seus investimentos, reavalie seu perfil de investidor e sua habilidade de correr risco.
Entendo que vivemos anos de forte volatilidade no passado recente e o cenário atual ainda não é de calmaria, mas aos poucos você vai precisar ajustar sua carteira para a nova configuração. Investidores internacionais, mesmo com perfil conservador, possuem investimentos em fundos de ações. Esse investimento pode ser feito com baixo percentual e em fundos de ações pagadoras de dividendos. Para quem nunca saiu de aplicações de baixíssimo risco, podem iniciar com investimento de pequena parcela em fundos multimercado. Para escolher fundos multimercados, veja algumas dicas no link. Avalie também a diversificação em fundos de investimento imobiliários. Eles seriam comparáveis a fundos de ações de dividendos.
No atual patamar de taxa de juros, fica mais justificável a diversificação internacional. Atualmente, está mais fácil realizar essa diversificação sem precisar mandar dinheiro para o exterior e sem correr o risco cambial. Existe uma boa oferta de fundos internacionais, COEs e fundos multimercados que investem no exterior.
A popular caderneta de poupança não está mais atrativa com a queda da taxa de juros. Ao mês, a poupança deve render agora apenas 0,43%. Aplicações que rendem mais de 93% do CDI, mesmo sendo tributadas, continuam melhores que a poupança.
A queda da taxa não é uma desculpa para você ir para a caderneta de poupança, mas deve ser um incentivo para você correr atrás de novas alternativas para elevar a rentabilidade de sua carteira.
Previdência privada
Assim como sugerido nos investimentos, você também precisa rever a parcela alocada em previdência privada. Se está investindo em um plano conservador, tenha certeza que a taxa de administração é no máximo de 1% ao ano. Saiba o que evitar com essas dicas no link.
Como a parcela alocada em previdência privada só será utilizada em horizonte maior que cinco anos, é justamente ela que você deveria alocar com maior risco. Avalie fazer a portabilidade de seu plano conservador dividindo em produtos de previdência que investem em fundos multimercados ou balanceados.
Financiamento imobiliário
Comece a avaliar a portabilidade de seu financiamento imobiliário para bancos que ofereçam taxas mais baratas. Aproveite a queda dos juros para pesquisar nos bancos sobre as novas taxas de financiamento. Você poderá economizar bastante se contratou um financiamento nos últimos anos quando as taxas estavam mais elevadas. Caso não consiga realizar a portabilidade para taxas mais baixas, analise amortizar parte de seu financiamento mais caro com investimentos que possua. Entretanto, cuidado para não acabar com todas as suas economias com isso.
Com essas dicas, tenho certeza que fará suas economias renderem o suficiente para cobrir parte da queda dos juros.